IDEIAS PARA ADIAR O FIM DO MUNDO (ATIVIDADES E DOWNLOAD)

Introdução

O livro de Ailton Krenak é desses tesouros inestimáveis da filosofia indígena que, ao mesmo tempo, educa e problematiza a posição do homem frente ao desenvolvimento sustentável e a sacralidade da natureza. Nesta obra, estudantes do 9º ano e Ensino Médio, analisam a composição oral do discurso, o relato de memória e as bases para criar um texto argumentativo. Faça as atividades abaixo para treinar a interpretação do livro, acesse o gabarito e confirme suas respostas.

Click na imagem ao lado e baixe a obra de Krenak.


Atividades paradidáticas

01) O título do livro remete a uma palestra proferida no Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Sobre a expressão “fim do mundo” presente na obra, julgue as seguintes afirmações:

I) O autor acredita adiar o fim do mundo é exatamente sempre poder contar mais uma história.
II) Assim como os povos originários entenderam o fim do mundo como a chegada dos portugueses, Krenak vê na tragédia ambiental de Mariana o fim de seu mundo.
III) O autor acredita que o fim do mundo talvez seja uma breve interrupção de um estado de prazer extasiante que a gente não quer perder.
IV) Cada colonizador europeu não sabia que era uma peste ambulante, uma guerra bacteriológica em movimento, uma espécie de fim do mundo.

Marque a opções que corresponde ao julgamento correto das afirmações:

(A) FFFF       (B) FVVF         (C) VFFV       (D) VVVV


02) Ainda sobre o título da obra, ao utilizar o verbo “adiar”, Ailton Krenak sugere, em sua obra:

A) que é impossível mudar o destino da humanidade;
B) que é essencial criar soluções para prolongar a vida de nosso planeta;
C) que é preciso esquecer os problemas ambientar e focar nas questões espirituais;
D) que o fim do mundo, como conhecemos, nunca chegará.


03) Leia o trecho:

“A modernização jogou essa gente do campo e da floresta para viver em favelas e em periferias, para virar mão de obra em centros urbanos. Essas pessoas foram arrancadas de seus coletivos, de seus lugares de origem”.

 O narrador do texto é:

(A) Narrador onisciente, que sabe de todos os fatos, sentimentos e pensamentos dos personagens.(B) Narrador observador, que não participa da história e a conta em terceira pessoa.
(C) Narrador personagem, que participa da história e a conta em primeira pessoa.
(D) O próprio Ailton Krenak, que narra os fatos em uma perspectiva autoral, misturando a primeira pessoa com a descrição de eventos gerais.


Leia atentamente o texto 1 e o texto 2 para responder às questões 04 e 05.

Texto 1
RELEMBRE O ROMPIMENTO DA BARRAGEM DE MARIANA, QUE COMPLETA 9 ANOS HOJE
Evento é considerado como a maior tragédia ambiental do país

Beto Souza, da CNN, em São Paulo
05/11/24 às 11:22 | Atualizado 05/11/24 às 11:22

A história do subdistrito de Bento Gonçalves (MG) é dividida entre o antes e o depois daquele fim de tarde, no dia 5 de novembro de 2015. O evento completa nove anos nesta terça-feira (5). O rompimento da barragem de Mariana, considerado a pior tragédia ambiental da história do Brasil.

Era pouco mais de 16h quando uma barragem, chamada de “fundão”, rompeu e despejou mais de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro, sobre uma comunidade inteira. O evento destruiu vidas, comunidades produtivas e trouxe reflexos ambientas que atravessaram os limites do estado mineiro.

O evento amplamente divulgado ao longo dos anos, não foi totalmente concluído. Uma série de ações cíveis e trabalhista estão em curso no judiciário, afim de compensar os danos irreparáveis. Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/nacional/relembre-o-rompimento-da-barragem-de-mariana-que-completa-9-anos-hoje/

Texto 2TRECHO DO LIVRO

O Watu, esse rio que sustentou a nossa vida às margens do rio Doce, entre Minas Gerais e o Espírito Santo, numa extensão de seiscentos quilômetros, está todo coberto por um material tóxico que desceu de uma barragem de contenção de resíduos, o que nos deixou órfãos e acompanhando o rio em coma. Faz um ano e meio que esse crime — que não pode ser chamado de acidente — atingiu as nossas vidas de maneira radical, nos colocando na real condição de um mundo que acabou. (p.23)

04) O pensador indígena classifica o rompimento da barragem como um crime e não uma mera tragédia. Retire um trecho da reportagem da CNN que justifique esse posicionamento do autor.


05) Comprando os textos, não podemos afirmar que:

A) a notícia é mais objetiva, enquanto o relato de Krenak é mais pessoal e objetivo;
B) ao dizer que rio está em coma, o autor utiliza a personificação para dizer que o curso de água é seu parente;
C) que quando a notícia foi escrita havia se passado nove anos, enquanto que a palestra foi dada apenas um ano depois do rompimento;
D) que tanto Watu, como Rio Doce, são os nomes dados ao mesmo curso de água afetado desastre ambiental de Mariana.


Texto 3

06) O tema central da charge acima é tratado por Ailton Krenak no trecho:

(A) O rio Doce, que nós, os Krenak, chamamos de Watu, nosso avô, é uma pessoa, não um recurso, como dizem os economistas.
(B) “[…] esse rio que sustentou a nossa vida às margens do rio Doce […] numa extensão de seiscentos quilômetros, está todo coberto por um material tóxico que desceu de uma barragem de contenção de resíduos, o que nos deixou órfãos e acompanhando o rio em coma.
(C) “Ailton Krenak nasceu em 1953, na região do vale do rio Doce, território do povo Krenak, um lugar cuja ecologia se encontra profundamente afetada pela atividade de extração de minérios.”
(D) “Aprendi que aquela serra tem nome, Takukrak, e personalidade.”


07) No trecho “A gente não fez outra coisa nos últimos tempos senão despencar. Cair, cair, cair.”, a repetição do verbo “cair” foi usada em qual sentido? Explique.


08) Correlacione colunas unindo os conceitos desenvolvidos ou ampliados por Ailton Krenak em sua obra às possíveis interpretações:

(A) Antropoceno
(B) Monstro corporativo
(C) Sub-humanidade
(D) A natureza como família

(___) “São os donos da grana do planeta, e ganham mais a cada minuto, espalhando shoppings pelo mundo.”
(___) “Essa humanidade que não reconhece que aquele rio que está em coma é também o nosso avô, que a montanha explorada em algum lugar da África ou da América do Sul e transformada em mercadoria em algum outro lugar é também o avô, a avó, a mãe, o irmão de alguma constelação de seres […]”.
(___) “[…] nós imprimimos no planeta Terra uma marca tão pesada que até caracteriza uma era, que pode permanecer mesmo depois de já não estarmos aqui, pois estamos exaurindo as fontes da vida […].”
(___) “E tem uma camada mais bruta, rústica, orgânica, […], uma gente que fica agarrada na terra.”


09) Em sua opinião, o que Ailton Krenak quis dizer ao afirmar que “Nosso tempo é especialista em criar ausências: no sentido de viver em sociedade, do próprio sentido da experiência da vida”?


Texto 4

UM ÍNDIO (TRECHO)

Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
[…]
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio
(Caetano Veloso)

10) Catequizar os índios foi uma das estratégias usadas pelos invasores para obterem o controle dos povos. Assim como o cristianismo coloca a volta de um Deus para nos salvar, Caetano fala de um índio que virá, salvador, apaixonante, divino.

            Em que trecho de Krenak temos problematizada a questão da religião trazida pelos colonizadores?

(A) “A ideia de que os brancos europeus podiam sair colonizando o resto do mundo estava sustentada na premissa de que havia uma humanidade esclarecida que precisava ir ao encontro da humanidade obscurecida, trazendo-a para essa luz incrível.”
(B) Quando se completaram quinhentos anos da travessia de Cabral e companhia, recusei um convite para vir a Portugal. Eu disse: ‘Essa é uma típica festa portuguesa, vocês vão celebrar a invasão do meu canto do mundo. Não vou, não’.”
(C) “A civilização chamava aquela gente de bárbaros e imprimiu uma guerra sem fim contra eles, com o objetivo de transformá-los em civilizados que poderiam integrar o clube da humanidade.”
(D) “O nome krenak é constituído por dois termos: um é a primeira partícula, kre, que significa cabeça, a outra, nak, significa terra. […] Quando nós falamos que o nosso rio é sagrado, as pessoas dizem: ‘Isso é algum folclore deles’.”


11) Correlacione os conceitos desenvolvidos por Ailton Krenak no livro “Ideias para adiar o fim do mundo” às suas respectivas explicações.

(A) Humanidade que pensamos ser
(B) Natureza sagrada
(C) Subjetividade
(D) Antropoceno
(E)  Suspender o céu

(___) É a vida interior de cada pessoa, sua forma única de sentir, pensar e criar, que não deve ser “consumida” pela sociedade.
(___) Ideia de que rios, montanhas e florestas são mais do que recursos: são seres vivos e parentes, com quem devemos nos relacionar com respeito.
(___) É uma metáfora usada por Krenak para falar sobre ampliar a esperança e a imaginação, mesmo em tempos difíceis.
(___) É o nome dado à era em que a ação dos seres humanos causa mudanças profundas e destrutivas no planeta Terra.
(___) É a crença de que existe apenas uma forma de ser humano, que todos devem seguir, muitas vezes ignorando as diferenças culturais.


12) A partir da leitura do livro, o conceito de “desenvolvimento sustentável” é criticado por Ailton Krenak por qual razão?

(A) Porque ele é um conceito inventado por corporações para justificar a devastação da natureza.
(B) Porque ele não é um conceito aplicável na prática, apenas na teoria.
(C) Porque ele não leva em conta a visão de mundo dos povos indígenas.
(D) Porque ele não é um conceito novo, mas sim uma ideia antiga.


13) O livro “Ideias para adiar o fim do mundo” é classificado como um texto argumentativo, pois o autor:

(A) Descreve a realidade de forma objetiva e imparcial.
(B) Defende uma tese com base em argumentos e exemplos, com o objetivo de convencer o leitor.
(C) Apresenta fatos e dados para comprovar suas ideias.
(D) Narra uma história com começo, meio e fim.


14) A partir do livro, qual a crítica principal de Ailton Krenak ao “progresso” da humanidade?

(A) O progresso é uma ideia antiga, que não se aplica mais à realidade atual.
(B) O progresso é uma ideia que se refere apenas aos povos indígenas.
(C) O progresso é um conceito que se refere apenas à tecnologia.
(D) O progresso é uma ideia falsa, que esconde a destruição da natureza e a alienação das pessoas.


15) Releia o trecho:

“José Mujica disse que transformamos as pessoas em consumidores, e não em cidadãos. E nossas crianças, desde a mais tenra idade, são ensinadas a serem clientes.”

Segundo Krenak, o consumismo retira nossa humanidade. Você concorda com esse ponto de vista? Justifique.


Texto 5

16) A charge acima se relaciona com qual trecho da obra “Ideias para adiar o fim do mundo”?

A) “Precisamos ser críticos a essa ideia plasmada de humanidade homogênea na qual há muito tempo o consumo tomou o lugar daquilo que antes era cidadania.”
B) “A modernização jogou essa gente do campo e da floresta para viver em favelas e em periferias, para virar mão de obra em centros urbanos.”
C) “Por que insistimos tanto e durante tanto tempo em participar desse clube, que na maioria das vezes só limita a nossa capacidade de invenção, criação, existência e liberdade?”
D) “Quando a gente quis criar uma reserva da biosfera em uma região do Brasil, foi preciso justificar para a Unesco por que era importante que o planeta não fosse devorado pela mineração.”


17) Ao longo do livro, Ailton Krenak cita alguns pensadores com os quais concorda em sua linha de raciocínio. Correlacione essas personalidades às suas contribuições para o pensamento do autor.

(A) Boaventura de Sousa Santos
(B) José Mujica
(C)  Davi Kopenawa

(___) A ideia de que transformamos as pessoas em consumidores e não em cidadãos.
(___) A noção de ecologia dos saberes que integre nossa experiência cotidiana e que inspire nossas escolhas, nossa experiência como comunidade.
(___) Aborda o conceito de plural de fim de mundo de acordo com o tipo de humanidade que habita a Terra.


18) Ao dizer que as grandes cidades, as metrópoles, são parecidas (Nova York, Tóquio, São Paulo), Krenak critica:

(A) a presença da diversidade cultural nos grandes centros urbanos;
(B) a homogeneização causada pela globalização;
(C) o avanço da ciência no que se refere a tecnologia;
(D) o isolamento dos povos tradicionais em comunidades ribeirinhas.


19) Ao citar outros povos indígenas (Hopi, Massai, Yanomami), Ailton Krenak indica que

(A) apenas os indígenas brasileiros são afetados pelas questões ambientais;
(B) não existem diferenças culturais, pois somos parte da mesma humanidade.
(C)  a reflexão sobre humanidade e natureza é uma preocupação dos mais diversos povos originários;
(D) a comparação entre sociedades primitivas e modernas.


20) A linguagem de Ailton Krenak é, em muitos casos, poética e faz uso de muitas figuras de estilo. Correlacione colunas unindo a figura ao trecho transcrito do livro.

(A) Ironia
(B) Metáfora
(C) Personificação

(___) “O rio Doce, que nós, os Krenak, chamamos de Watu, nosso avô, é uma pessoa, não um recurso, como dizem os economistas.”
(___) Suspender o céu é ampliar o nosso horizonte; não o horizonte prospectivo, mas um existencial.”
(___) “É melhor colocar um trator, um extrator na terra. Gente não, gente é uma confusão.”
(___) “Vamos aproveitar toda a nossa capacidade crítica e criativa para construir paraquedas coloridos.”


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