QUEM ERAM AS AMAZONAS? (Ἀμάζονες)

As Amazonas constituíam uma nação só de mulheres descendentes do deus Ares, o padroeiro da carnificina das guerras, e da ninfa Harmonia, filha de Afrodite. Seu território situava-se ao norte da Europa, região fabulosa e obscura. Eram governadas por uma rainha, nenhum homem junto a elas, a não ser ma qualidade de escravos, para serviços braçais. Dizem alguns que elas matavam os filhos do sexo masculino e, periodicamente, se uniam aos forasteiros, que por seu reino aventurassem, a fim de perpetuar a raça, só poupando as meninas que nascessem dessas uniões. Quando adultas, segundo consta, elas extraíam um de seus seios, em geral o direito, para não estorvar a ação das guerreiras, ao usarem o arco ou a lança, pois eram dedicadas praticantes das artes marciais.

Durante uma das muitas guerras que as Amazonas travaram contra os heróis míticos, sua rainha Hipólita foi morta, em combate, pelo herói Héracles. Para se vingarem, elas atacaram a cidade de Atenas, para onde o herói Teseu, rei da Ática e companheiro de armas de Héracles, levara raptada a Amazona Antíope. As fogosas guerreiras acamparam numa colina – mais tarde conhecida como Areópago ou “colina de Ares” – sendo, porém, vencidas pelos Atenienses, sob o comando de Teseu. A tradição épica relata que um contingente de Amazonas participou da Guerra de Troia, lideradas pela rainha Pentesileia, aliada de Príamo, o soberano dos Troianos.

Amazonas lutando contra dois homens. Segundo Heródoto, Hipócrates e outros autores, as amazonas só poderiam se casar após matar alguns homens.

Num duelo travado entre esta última e Aquiles, o herói máximo dos Aqueus assediadores da cidadela troiana, o guerreiro matou-a, mas não escapou ao sortilégio da adversária, pois o último olhar da moribunda fê-lo apaixonar-se, irremediavelmente, e sem esperanças, pela Amazona vencida.

Quando os primeiros exploradores europeus da região amazônica chegaram às margens do rio e embrenharam-se pela floresta virgem, toparam com tribos indígenas de longas cabeleiras. Ágeis e aguerridos, com faces e corpos pintados, esgueirando-se por entre a vegetação espessa e pouco iluminada, esses silvícolas deram aos seus observadores a impressão inicial de mulheres guerreiras. Daí, segundo se conta, a denominação de Amazonas, dada ao rio mais caudaloso do mundo e à bacia hidrográfica ímpar, que ele forma com seus numerosos e importantes afluentes, na região norte do Brasil.


HORTA, G.N.B. Amazonas (Ἀμάζονες). In Calíope – Presença Clássica. Rio de Janeiro: Departamento de Letras Clássicas, Faculdade de Letras, UFRJ. Janeiro/junho 1985. Ano II, número 2.


Fonte: https://revistas.ufrj.br/index.php/caliope/issue/view/1512

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